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Agora os moradores do Crato (Ce) dispõem de uma ferramenta para mudar a direção das políticas públicas no município.

 

Produto do seu possível histórico, a Cartografia Cultural do Crato foi desenvolvida pela Secult de 2014 a 2016, em meio a uma das crises mais agudas já vivenciadas no país. primeiramente, Fora temer a interrupção de programas e a retirada de direitos na esfera federal, a equipe teve que lidar também com o contingenciamento dos recursos municipais, uma condição indesejada que veio a afetar todas as ações da secretaria. 

 

em vez de sucumbir, a Secult Crato não aceitou que lhe quebrassem a espinha dorsal, posicionou-se pelos direitos culturais, aprovou a Lei do Sistema Municipal de Cultura, coordenou a eleição do Conselho Municipal de Políticas Culturais, instalou o Fundo e veio a produzir a Cartografia junto com a Universidade Regional do Cariri, completando os instrumentos de gestão compartilhada com a sociedade.

 

Em sua 1a edição, o projeto apresenta 382 registros em 14 categorias e 11 segmentos. A amostragem é significativa, ratifica a percepção do cariri como santuário ecológico e verifica a noção “Crato Capital da Cultura”, na justa medida da criatividade que os munícipes laboram no cotidiano da cidade desde os tempos mais remotos.

 

A proposta multimídia surge como um canal de participação e autonomia, por meio do qual o cidadão pode criar mapas temáticos relacionando dimensões da cultura e natureza, onde os atores cartografados são os protagonistas da produção das referencias contidas nas cartas. De uma forma aberta e democrática, quem “está dentro” confere e atualiza os dados, quem ainda não figura no mapa insere o novo registro, fazeres e saberes. Cada um é o responsável pela manutenção das informações sobre si e seu grupo, cuidando do bem comum que beneficia a todos.

 

Felipe T. B. Caixeta

Jornalista, mestre em Cultura e Territorialidades (Uff)

Editor da Cartografia Cultural do Crato

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